Lendas

A Lenda de Timor

 


Conta a lenda que há muito muito tempo, um crocodilo já muito velhinho vivia numa ilha da Indonésia chamada Celebes.

  • Como era muito velho, este crocodilo já não tinha forças para apanhar peixes, por isso estava quase a morrer de fome.
  • Certo dia, resolveu entrar terra adentro à procura de algum animal que lhe servisse de alimento. Andou, andou, andou, mas não conseguiu encontrar nada para comer.
  • Como andou muito e não comeu nada, ficou sem forças para regressar à água.
  • Um rapaz ia a passar e encontrou o crocodilo exausto. Teve pena dele e ofereceu-se para o ajudar a voltar. Então, pegou-lhe pela cauda e arrastou-o de volta à água.
  • O crocodilo ficou-lhe muito agradecido e, em paga, disse ao rapaz que fosse ter com ele sempre que quisesse ir passear pelas águas do rio ou do mar.
  • O rapaz aceitou a oferta e, a partir daquele dia, muitas foram as viagens que os dois amigos fizeram juntos.
  • A amizade entre os dois era cada vez maior, mas, um dia, a fome foi mais forte e o crocodilo pensou que comer o rapaz era a melhor solução.
  • Antes de tomar esta decisão, perguntou aos outros animais o que achavam da ideia. Todos lhe disseram que era muito ingrato da parte dele querer comer o rapaz que o tinha salvo.
  • O crocodilo percebeu que estava a ser muito injusto e ficou com muitos remorsos. Então, resolveu partir para longe, para esconder a vergonha.
  • Como o rapaz era o seu único amigo, pediu-lhe que fosse com ele. O rapaz saltou para o dorso do crocodilo e deixou-se guiar pelo mar fora.
  • A viagem já ia longa quando o crocodilo começou a sentir-se cansado. Já exausto, resolveu parar para descansar, mas, naquele momento, o seu corpo começou a crescer e a transformar-se em pedra e terra.
  • Cresceu tanto que ficou do tamanho de uma ilha. O rapaz, que viajava no seu dorso, passou a ser o primeiro habitante daquela ilha em forma de crocodilo.
  • E assim nasceu a ilha de Timor.

Isabel Aço

 

 


Notícias

Lenda da Rocha dos Namorados

22-11-2012 11:15
Lenda recolhida por uma aluna, da localidade de nascimento da sua mãe

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Lenda de Odemira

21-11-2012 22:58
Mais uma lenda de encantar...

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A Lenda da Costureirinha

21-11-2012 22:39
Aqui está uma lenda do Baixo Alentejo, terra natal da avó da Joana

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Lenda de S. Vicente e dos Corvos

21-11-2012 22:07
Lenda da terra natal do pai de  um aluno.

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Lenda do rio Douro

21-11-2012 22:05
Lenda da terra natal da mãe de uma aluna - Porto

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Lenda dos Tripeiros

20-11-2012 22:29
A alcunha de tripeiros.

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Lenda da Ilha do Pessegueiro - Porto Côvo

20-11-2012 22:09
Lenda que gira em torno de uma ilha e de piratas. Lenda editada no menu LENDAS

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Lenda da Serra da Estrela

20-11-2012 21:36
Esta é a lenda da nossa linda Serra da Estrela

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Lenda da Cuca

20-11-2012 21:19
Esta lenda está editada no menu Lendas. Trata-se de uma lenda brasileira.

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Lenda do Amor de Pedro e de Inês

19-11-2012 21:37
Lenda publicada no  Menu Lendas.  Contém actividades relacionadas com a lenda.

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Aqui temos uma lenda do Brasil, país natal dos pais de uma aluna.

É sempre interessante conhecer outras culturas.

Andar de jacaré

A Lenda da Cuca

 

Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro.
Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está em um dragão, coca das lendas portuguesas, esta tradição foi trazida para o Brasil na época da colonização.
Diz a lenda, que a Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais.
A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem,
a Cuca irá pegá-las.
 
 
Fernanda Caetano

LENDA : O amor de Pedro e Inês

 

Quando o príncipe D. Pedro chegou à idade de casar, o rei D. Afonso IV fez o que era costume na época: mandou pedir a mão de uma menina nobre para o seu filho. A escolhida foi Constança Manuel, que pertencia à família real castelhana.
D. Pedro recebeu D. Constança como sua mulher mas apaixonou-se perdidamente por uma das aias que a acompanhavam.
Não é fácil esconder sentimentos fortes. Toda a gente percebeu, comentou, cochichou. Há quem diga que D. Constança também sabia do caso e tentou resolvê-lo de uma maneira subtil. Naquele tempo os padrinhos de uma criança passavam a ser como irmãos dos pais da criança. Um acto de amor entre eles seria considerado crime. 
Para impedir que o marido se aproximasse da aia, convidou-a para madrinha do primeiro filho rapaz.
O menino, de nome Luís, faleceu uma semana depois de baptizado, e então é que estalou o falatório! A corte em peso comentava pelos corredores que a culpa era de Inês. Com certeza não tinha pronunciado com fé as palavras sagradas junto da pia baptismal...
A hostilidade cresceu à volta de Inês de Castro, reforçada com este excelente pretexto. Mas a verdade é que há muito despertava invejas. Entre as mulheres, por ser linda. Entre os homens, por não lhes prestar atenção.
O romance continuou, embora discreto. E o príncipe não descurou as obrigações matrimoniais, já que no ano seguinte Constança deu à luz outro rapaz, Fernando.
Nessa altura o destino encarregou-se do assunto. D. Pedro ficou viúvo, e juntou-se com a sua amada. Durante alguns anos viveram felizes e despreocupados. Quando já tinham três filhos pequenos, instalaram-se em Coimbra para passar uma temporada num pavilhão de caça que se erguia no sítio onde hoje fica a Quinta das Lágrimas. E as intrigas voltaram agitar a corte, chegando ao ponto de convencer o rei de que a única forma de afastar Inês era matá-la. Um dia, sabendo que o príncipe saíra para ir à caça, o rei e três homens da corte foram procurá-la.
Tinham combinado que a matariam onde a encontrassem. Por acaso encontraram-na à beira de uma fonte.
D. Inês percebeu ao que vinham; ficou aflitíssima, chorou, lembrou os filhos, que tão pequeninos iam ficar sem mãe. O rei então hesitou, mas não quis desdizer-se e foi-se embora, deixando aos três malvados companheiros liberdade para procederem como entendessem. E eles apunhalaram-na sem dó nem piedade!
Segundo a tradição, o sangue de Inês escorreu sobre as pedras da fonte e nunca mais ninguém conseguiu apagar a mancha vermelha que ali ficou para sempre a lembrar o terrível crime.
D. Pedro, louco de dor, levantou-se em armas contra o pai e incendiou muitos castelos e povoações que lhe pertenciam. Só passado muito tempo aceitou fazer as pazes, mas aos assassinos nunca perdoou. Mal subiu ao
trono, mandou persegui-los, capturou dois e condenou-os à morte. Segundo consta, exigiu ao carrasco que arrancasse o coração a um pelo peito e a outro pelas costas! Diz-se também que retirou Inês do túmulo, a sentou no trono e obrigou a corte a beijar-lhe a mão, o que é muito pouco provável que tenha acontecido. Mas não restam dúvidas de que lhe organizou um enterro espectacular. Mandou construir dois belos túmulos, um para si próprio e outro para Inês. Quando ficaram prontos, ordenou que os colocassem no mosteiro de Alcobaça. E então organizou um cortejo fúnebre entre Coimbra e Alcobaça. Gente do povo, do clero e da nobreza espalhou-se pelo caminho, e todos fizeram vénias à passagem do caixão. E muitos criados acompanharam o enterro com tochas acesas.

 

Actividade:

Reescrever uma lenda

Esta actividade pode ser desenvolvida no 4º ano, no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa.Permite desenvolver as mais diversas competências, tais como:

·         Descobrir a multiplicidade de dimensões da experiência humana, através do acesso ao património escrito legado por diferentes épocas e sociedades e que constitui um arquivo vivo da experiência cultural, identifica e tecnológica da Humanidade;

·         Exprimir-se oralmente e por escrito de forma confiante, autónoma e criativa;

·         Comunicar de forma correcta e adequada em contextos diversos e com objectivosdiversificados.

Sugestões:

·         Dar um fim diferente a uma lenda já conhecida, por exemplo, a de D. Pedro e D. Inês;

·         Reescrever a lenda, imaginando como seria se ela acontecesse nos dias de hoje.

Organização do trabalho na sala:

·         Em grupos, as crianças pesquisam no À Descoberta de Coimbra dividindo tarefas, sobre a lendade
D. Pedro e D. Inês;

·         Pesquisar em Lendas “O amor de Pedro e Inês”;

·         Estabelecer com o grupo um tempo limite para o término da actividade;

·         Organizar a informação recolhida;

·         Escrever a lenda, de modo a que esta esteja o mais completa possível;

·         Dividir os vários grupos pelas seguintes tarefas:

·         Parte dos grupos vão continuar a escrever a história, imaginando como seria se a D. Inês nãotivesse sido assassinada;

·         Os restantes grupos vão reescrever a história imaginando como seria se D. Pedro e D. Inês setivessem conhecido nos dias de hoje;

·         Cada grupo deve escolher um porta-voz para fazer a apresentação

·         À medida que as crianças vão terminando, pedir-lhes ajuda para que ordenadamentecomeçarem a mudar a disposição da sala (de modo a que todas as crianças tenham visibilidadepara o local onde se vão apresentar os trabalhos de grupo, de forma a evitar distracçõesparalelas).

·         Terminada esta tarefa, o porta-voz de cada grupo dirigir-se-á para o local combinado eapresentará o seu trabalho à restante turma.

·         Posteriormente, poderá aproveitar estes textos produzidos pelos alunos e pedir-lhes que os dramatizem. 

Neste caso, poderá fazer uma lista de vocabulário da época, sugerindo que as crianças o utilizem nos seus diálogos e deverá fornecer alguns adereços para que a representação se torne mais interessante.

 

Ana Cristina

 

 


       

Lenda da terra Natal dos avós de uma aluna da turma do 3º N

Ana Cristina

 

 


 LENDA  DO FORTE DA ILHA DO PESSEGUEIRO PORTO CÔVO

Ilha do Pessegueiro - Porto Covo - Portugal

A história do Forte da Ilha do Pessegueiro é breve e atribulada.

A obra esteve interrompida entre 1598 e 1602, "por, entretanto, ter sido decidida a construção do Forte de S. Clemente, em Vila Nova d e Mil Fontes, e a calheta de Sines".
Reiniciada a obra em 1603, foi ainda nesse mesmo ano abandonada .

A Ilha do Pessegueiro granjeou fama como refúgio de piratas. Uma das lendas locais relata a chegada à ilha de piratas vindos do norte de África, que ali só encontraram um ermita, decidido a defender a capela à sua guarda e a impedir o seu próprio cativeiro. Os piratas mataram o ermita, saquearam a capela e atiraram para um silvado a arder a imagem da Virgem e depois partiram. Vieram então as gentes de Porto Covo, que procuraram a imagem em toda a ilha. Descobriram-na intacta e colocaram-na numa outra ermida, que passaria a ser conhecida por Capela da Nossa Senhora Queimada.

 

 

Porto CôVo

Rui Veloso

Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro

Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

Aqui vai o link com a música de Rui Veloso, acerca da lenda da Ilha do Pessegueiro

www.youtube.com/watch?v=0xomgXqhKQs

 

Ana Cristina


 

 Lenda dos Tripeiros

 


     Os estaleiros do porto construiam naus  para uma encomenda do reino mas que para a qual se desconhecia a destinação, assim corriam muitos boatos sobre  a utilização futura desta frota,  foi mesmo questão de ser utilizada para o casamento dos princepes do reino. Certo dia, o Infante D. Henrique  veio  ao Porto para ver o avançamento da construção naval dos barcos . 
O Infante visitou os estaleiros e apreciou o trabalho que ai se fazia , confiando no  mestre  encarregado das obras "mestre Vaz",  disse-lhe que essas embarcações se destinavam à conquista de Ceuta, para isso lhe pedia de guardar segredo e de motivar os homens a mais empenho e sacrificios a fim de levar a bem essa obra. 
O mestre Vaz  assegurou-lhe  que faria tudo que fosse possivel e  faria mesmo a mesma coisa que fizeram  anos a tras, quando as guerras com Castela: o povo do porto, Comeram so tripas para poderem dar a carne aos soldados que combatiam os castelhanos.  Por este sacrificio  as gentes do Porto eram mesmo  conhecidos pela alcunha de "tripeiros". 
O Infante  D. Henrique ficou tão impressionado  e emocionado pelo gesto  que honrava este povo, e disse  que  esse nome de "tripeiros" entraria à historia de Portugal como um sacrificio heroico e invulgar do povo do Porto.

Dos estaleiros dos " tripeiros" do Porto, sairam 20 naus e 7 galés que participaram a grande frota do Infante D. Henrique , que conquistaram Ceuta.

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Ana Cristina


 

Lenda de S. Vicente e dos Corvos (Lisboa).

Lenda da terra natal do pai de um aluno.

 

Em tempos muito antigos, quando o rei Rodrigo perdeu a batalha de Guadalete e os Mouros ocuparam a Península Ibérica e ordenaram que todas as igrejas fossem convertidas em mesquitas muçulmanas, os cristãos de Valência, entre eles um deão (decano), quiseram pôr a salvo o corpo do mártir S. Vicente que estava guardado numa igreja.


Com intenção de chegarem às Astúrias por barco, fizeram-se ao mar levando consigo o corpo do santo. Cruzaram o Mediterrâneo sem perigo, mas quando chegaram ao Atlântico o mar estava mais turbulento e foram forçados a aproximar-se da costa. Perguntaram então ao mestre da embarcação qual era aquela terra tão bela e aquele cabo que avistavam.


O mestre respondeu-lhes que a terra se chamava Algarve e que o cabo se chamava promontório Sacro. Foi então que os cristãos de Valência consideraram a hipótese de desembarcar, construir um templo em memória de S. Vicente e dar o nome do santo ao cabo mais ocidental, junto ao promontório de Sagres. Mas enquanto estavam nestas considerações, o barco encalhou, o que os forçou a passar ali a noite.


Na manhã seguinte, quando se preparavam para retomar viagem, avistaram um navio pirata. O mestre da embarcação propôs-lhes afastar-se com o navio para evitar a abordagem dos corsários, enquanto os cristãos se escondiam na praia com a sua relíquia. Depois viria buscá-los. Mas o barco nunca mais voltou e os cristãos ficaram naquele lugar, construíram o templo em memória de S. Vicente e formaram uma pequena aldeia à sua volta, isolados naquele lugar ermo.


Entretanto D. Afonso Henriques entrou em guerra com os mouros do Algarve e estes vingaram-se dos cristãos de S. Vicente, arrasando-lhes a aldeia e levando-os cativos. Passados cinquenta anos um cavaleiro veio avisar D. Afonso Henriques que existiam cativos cristãos entre os prisioneiros feitos numa batalha contra os Mouros.


Chamados à presença do rei, o deão, já muito velho, contou-lhe a sua história e confidenciou-lhe que tinham enterrado o corpo de S. Vicente num local secreto. Pedia ao rei que resgatasse o corpo do mártir para um local seguro. D. Afonso Henriques aproveitou um período de tréguas na sua luta contra os Mouros e zarpou num barco com o deão a caminho de S. Vicente.


Mas o deão morreu durante a viagem e sem saber o local exacto onde estava enterrado o santo, D. Afonso Henriques aproximou-se do cabo e das ruínas do antigo templo. Foi então que avistou um bando de corvos que sobrevoavam um certo lugar onde os seus homens escavaram e encontraram o sepulcro de S. Vicente, escondido na rocha.


 
Ana cristina

Lenda da terra natal da mãe de uma aluna- Porto

Lenda do Rio Douro

Lenda do rio douro

Como muitos outros rios também o Rio Douro anda envolvido num episódio lendário. 
 E diz-se que, no momento da criação, quando Deus procedeu ao lançamento dos rios pela terra, com a determinação do dia em que dariam início à marcha para o destino comum — o mar —, o Douro se deixara adormecer. 
 Assim, não pôde partir na hora aprazada pois só lembrara a prescrição ao acordar do seu sono pesado. 
 Com a maior surpresa, ainda estremunhado, o Douro pôde ver que os outros rios já serpenteavam nos vales, cortando serras e dividindo montes, em cumprimento dos propósitos fixados por Deus para seu fadário. 
 Face ao seu descuido, passado o momento da estupefacção, cobrou ânimo e pensou na maneira de levar a cabo a recuperação. 
 Então, para ganhar o que perdera com o seu descanso, empreendeu uma corrida difícil, mas decidida e corajosa, descendo fragas, atravessando montanhas, partindo rochas, galgando penedias, até que atingiu o oceano atlântico muito antes dos outros, apesar destes terem saído mais cedo, mas que preferiram escolher um trajecto com terrenos mais suaves.

 

Porto, Zona histórica
As lendas do Rio Douro(canção)

( Popular Portugués )

 

As águas do Río Douro a correr
Véem cantando baixinho 
Passam nas margens de leve a bater
Gom brandura e com carínho
 Mulheres 
  Barcos Rabelos passando a vogar.
Com as velas remendadas
Lendas antigas nos fazem lembrar
Contos de reis e de fados
 Homens

Conta a lenda que o nobre Mouro
á noitinha la namorar
com as ninfas
do Rio Douro ao luar

 REFRAO   As ninfas levam segredos para o mar
Das moças namoradeiras Mulheres

Porque nas margens do Douro a cantar
Há bonitas lavadeiras
 Mulheres   
Dizem que quando aparece o luar
Em noites de lua cheia Homens
As ninfas do Rio Douro a cantar
Daçam o vira na areia
 Homens
Ana Cristina

A Lenda da Costureirinha
Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas. Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha.
O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto.
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo.
Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha fora condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir.
No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.
Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.
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Tesoura corte

Fernanda Caetano
 


Lenda de Odemira

Várias lendas têm surgido mas, a mais conhecida é esta:
 

Consta-se que há muitos anos viveu em Odemira, na altura não se chamava Odemira, portanto, era uma terra habitada por árabes e que a rainha se chamava...aliás o rei chamava-se Ode. Um dia ao serem invadidos pelos cristãos, os cruzados na altura, portanto, subiram o rio Mira e a princesa, ao ver os barcos a subir o rio, gritou do alto do seu palácio: “ Ode, Ode, mira!!!”

Portanto é isso, segundo se consta a lenda, daí vem o nome de Odemira, que a rainha ao chamar pelo rei e ao apontar para mira, para ele olhar para o rio, ao subirem os cristãos, portanto ficou o nome de Odemira! Se é verdade ou mentira não sei...mas sempre ouvi esta história assim!

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Fernanda Caetano
 
 
 

 

Lenda da rocha dos namorados

Ficheiro:Menir da Rocha dos namorados.JPG

 

 

A Freguesia de Corval é muito rica em historias e Lendas das quais destacamos três, duas das quais relacionadas com a Ermida de Nossa Senhora do Rosário e uma relacionada com o Menir dos Namorados- Situado a uns 6 kms a NE de Reguengos de Monsaraz, 500 metros além da povoação de S. Pedro do Corval, a norte da estrada que liga esta povoação da vila medieval de Monsaraz.

 

Monumento natural de granito em forma de cogumelo, com mais de 2 metros de altura e um chapéu, com cerca de 7 metros de circunferência.

Este Menir simboliza a fertilidade humana, dado que a sua estrutura se assemelha ao útero feminino.

Assim, devido a esta analogia nasceram as lendas e tradições do monumento, e que ainda hoje são seguidas religiosamente - o que se nota bem, visto que o chapéu encontra-se sempre acogulado de pedras soltas que simbolizam casamentos ou amores felizes.

Reza a lenda, que a Rocha dos namorados era o ponto de encontro de dois jovens apaixonados, cujas famílias se odiavam: O pai da jovem já desconfiado da existência dessa relação segui-a e perguntou-lhe o que estava ali a fazer, muito atrapalhada, a jovem disse-lhe que estava a lançar pedras à Rocha para saber quantos anos ainda teria de esperar para se casar. Convidou o seu pai a fazer o mesmo dado que este era viúvo. Para que o seu amado escapasse à ira do seu pai, a jovem disse-lhe que só daria resultado se ele se colocasse de costas para a Rocha e lançasse as pedras com a mão esquerda, logo a primeira pedra ficou no chapéu da Rocha.

Nesse mesmo ano o senhor casou com uma linda mulher, e a jovem continuou a namorar o jovem atrás da Rocha.

A Rocha foi então baptizada com dois nomes: Rocha dos namorados e Pedra do casar.

Manda a Tradição, que na Segunda-feira de Páscoa, dia em que a população sai para o campo comer o borrego, junto à Rocha dos namorados; as jovens solteiras devem ir à Rocha e de costas, lançar 3 pedras com a mão esquerda:

 

  • se cair no “chapéu” a 1ª pedra é porque casa nesse ano.

  • se cair a 2ª pedra, casa no ano seguinte.

  • se cair a 3ª pedra casará dentro de 2 anos.

Se não cair nenhuma, terá de esperar pela próxima Segunda-feira de Páscoa.

 

Lenda da terra dea mãe de uma aluna- Reguengos de Monsaraz

 

Ana Cristina